O texto mais lindo que eu li sobre o filme "O segredo de Brokeback Mountain" foi do Artur Xexéo, em sua coluna no Jornal O Globo. No texto, o autor transcende a questão da homossexualidade e trata o filme como uma história de amor que poderia acontecer com qualquer um de nós: "Brokeback Mountain" narra uma história de amor. Uma história de amor impossível, como as que rendem bons filmes. Mais do que mostrar o que acontece com um casal gay em que uma das pontas não assume sua homossexualidade, o filme mostra o que acontece com um ser humano que não assume seu querer. Em alguns momentos da nossa vida somos colocados diante de escolhas nas quais o coração insiste em não ser racional, ético, cauteloso ou leal. Nesses momentos, nos debatemos entre a racionalidade e o querer, que sempre resultará em uma escolha legítima ou de acomodação. Ontem eu falava sobre a tranquilidade que carrego comigo por ter finalizado o meu percurso com o Sr. T. Claro que existe a tristeza da perda, mas não tenho a inquietude ou a angústia do que não foi dito, finalizado ou esclarecido. Eu realmente pulei da ponte e foi um momento de transformação na minha vida. Como diz a escritora Martha Medeiros, hoje eu sou como aqueles — poucos — que respeitam muito mais os sentimentos do que as convenções.Quando uma das partes não assume o seu querer, envenena o coração dos dois, mesmo que racionalmente tenha feito a escolha mais sensata. Mas nós estamos falando de coisas do coração, não é mesmo?
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