Eu não ligo para datas, não costumo me importar com aniversários e outras datas comemorativas. Quero dizer, não me importo além do normal, não sou do tipo que sofre se as pessoas não lembram ou não me cumprimentam. No momento atual, as datas possuem um sentido diferente para mim. São as datas que me conectam ao meu passado, revelam as minhas lembranças e ativam sensações que estavam perdidas. Hoje seria o aniversário do Sr. T e, como me lembrou o Facebook, ele faria 52 anos. Fui à praia sozinha para caminhar e dar um mergulho para equilibrar as energias. O mar estava estranhamente tranquilo, transparente e sem algas ou ondas. Consegui boiar por vários minutos enquanto eu olhava para o céu e sentia a brisa quente. Lembrei dos momentos em que estivemos juntos naquela mesma praia, fazendo exatamente isso: deixando o corpo flutuar no mar enquanto comentávamos que não existia nada entre nós e a África além daquele mar enorme. Chorei tanto dentro da água que pensei que nunca mais ia conseguir parar. Não chorei apenas por causa da minha perda, mas por todas as perdas que tenho passado ao longo da vida. Talvez a maior delas seja quando você acredita que o amor pode ser enorme, intenso, um reencontro de almas, um amor que cura, que pode mudar as pessoas e durar para sempre. Só que não...
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