O Sr. T frequentava um pequeno salão de beleza para fazer as suas tranças todo mês e era muito amigo da dona e da manicure. Por causa dele, eu comecei a frequentar o mesmo lugar e quando as duas se mudaram para trabalhar como funcionárias de um grande cabelereiro da cidade, eu acompanhei a mudança. Hoje, neste novo local, conversamos bastante sobre ele e nós três nos lembramos de uma história ótima sobre o meu ciúme e a comédia de erros que a vida pode ser. Como eu já contei aqui, o Sr. T tinha o costume de oferecer carona para muitas pessoas. Um dia, quando eu estava tirando as compras da mala do carro, encontrei um saco cheio de roupas.
- De quem são essas roupas? - perguntei.
- Ué, não sei. Não são suas? - ele respondeu distraído.
- Não, não são... - respondi enquanto tirava da sacola um vestido preto, algumas roupas de criança e uma bermuda.
- Então deve ser de alguém, provavelmente foi a minha mãe que esqueceu aí - disse ele distraído.
Exatamente naquele momento, eu retirei um sutiã verde rendado e lindíssimo de dentro da sacola.
- A sua mãe tem um sutiã desses? - falei já ficando com o pescoço vermelho e a voz alguns decibéis acima do normal.
Ele ficou visivelmente embaraçado e respondeu: - Rosângela! Deve ser de Rosângela! Semana passada eu dei carona para ela até a escola!
- Você está me dizendo que este sutiã é da sua irmã que é evangélica? É isso mesmo? Você realmente quer que eu acredite nisso?
- Mas eu não sei de quem é, oras! Se você não sabe, muito menos eu!- respondeu nervoso.
Bom, nem preciso dizer que eu rosnei durante semanas e o pobre Sr. T tomou o maior chá de abstinência sexual da história moderna. Meses depois, nós estávamos na cabelereira e ela de repente pergunta:
- T. você não encontrou uma sacola minha dentro do seu carro? Eu tenho quase certeza que perdi uma bolsa de roupas naquele dia que você me deu uma carona...
O Sr. T fez uma cara de alívio e disse: - Graças a Deus que você está dizendo isso! A sacola era sua! Viu, Ana? As roupas eram de Sara!
Eu, com a maior cara de bunda do planeta, ainda tentei colocar a história à prova:
- O sutiã verde é seu, q-u-e-r-i-d-a? - perguntei com a voz gélida.
- Mulher, eu pensei que tinha perdido o meu sutiã caríssimo! Foi presente de dia dos namorados do meu marido!
Enquanto isso, o Sr. T foi até o carro pegar a maldita sacola que foi examinada e avaliada por todos que estavam no salão. - O meu vestido, a bermuda de fulano... gritava Sara enquanto examinava cada peça de roupa perdida.
E o Sr. T: - É, Sara, nada como o tempo para fazer justiça com os inocentes...Você não imagina o inferno que eu vivi por causa dessa sacola de roupas!
Nem preciso dizer que depois que nós contamos a história, todo mundo caiu na gargalhada. Acho que estão rindo até hoje... Portanto, cremosas, quando vocês encontrarem um sutiã verde rendado perdido nas coisas do seu bofe, esgotem todas as possibilidades antes de dar um piti. Nada pior do que ficar com cara de tacho depois de uma comédia de erros como essa!
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