segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vida de ator

Eu e minha filha mais velha conversamos ontem sobre um curso que uma amiga queria fazer, mas foi obrigada a desistir por causa do itinerário: ela teria que esperar o ônibus no terminal da integração depois das oito da noite. A minha filha disse que até mesmo o Sr. T considerava o local perigoso depois de uma certa hora, o que é um sério indicador do nível estratosférico de perigo da área. Ele estava acostumado a andar nos piores buracos, dificilmente se sentiria intimidado por uma bobagem. Durante os últimos meses, ele trabalhava em outra cidade e chegava ao tal terminal por volta das oito da noite. Um dia ele chegou em casa contando que o local estava impossível, com muitos assaltos, brigas e prostituição na rua que assustavam as pessoas que voltavam do trabalho cansadas e só queriam chegar em casa com tranquilidade. Neste dia em particular, ele contou que duas senhorinhas se esconderam atrás dele com medo de um grupo que estava intimidando as pessoas para roubá-las. O Sr. T disse que enfiou a mão no bolso, fez uma expressão bem carrancuda para encarar os sujeitos e simulou que estava armado. O grupo se dispersou e as senhorinhas agradeceram muito a sua performance. Boquiaberta, eu perguntei: - Mas eles acreditaram mesmo que você estava armado? E ele respondeu sorridente: -Mas é evidente! De alguma coisa tem que servir o diploma de ator! Ou você esqueceu que sou um ator premiado? Não preciso nem dizer que caímos na gargalhada...

Um comentário:

  1. Me lembrou os tempos em que voltava tarde do trabalho...
    Cada post seu trás uma carga leve de saudades, das nossas (leitores) e das suas.
    No fundo, fica latente a vontade de expressar às pessoas com quem convivemos o quanto gostamos delas, e isso deve ter algum valor.
    Merci mon amie Ana!

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