Em todos os conflitos do cotidiano, o Sr. T sempre teve uma atitude pacificadora, mesmo quando a questão não envolvia a nossa relação. Em alguns momentos da minha vida, eu chegava do trabalho cuspindo marimbondos e escorpiões e ele nunca teve uma atitude incendiária, pelo contrário! O Sr. T sempre tentava ver o outro lado da questão, considerando os aspectos da fraqueza humana, os mal entendidos e até mesmo os elementos espirituais da questão. Perdi a conta de quantas vezes fiquei amuada por não encontrar eco nos meus acessos de fúria assassina, mas ele não foi sempre assim. Durante a nossa convivência eu descobri que ele tinha assumido várias brigas antes de me conhecer, algumas até insanas. Eu vou contar em outro post mais tarde os detalhes, mas a construção de um grande supermercado em João Pessoa, por exemplo, foi resultado da luta do Sr. T. Quando eu lembrava o seu passado de luta, ele respondia calmamente: por isso mesmo eu posso dizer que não vale a pena! Ontem eu participei de uma reunião complicada no trabalho, com pessoas queridas que precisavam tomar uma difícil decisão. Todas as minhas palavras na reunião buscavam a ponderação e a conciliação. Na volta para casa, vim chorando de mansinho porque percebi que uma parte do Sr. T ficou dentro do meu coração. Certa vez, o Sr. T me disse que o meu maior defeito era a ira, que eu precisava aprender a controlar os meus acessos de raiva. Depois da reunião, eu tive certeza de que o legado do Sr. T vive em várias coisas, mas - principalmente - no coração de cada um de nós.
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