O amor e a juventude estão sempre associados em nossa sociedade, como se a paixão estivesse reservada aos mais jovens. A paixão avassaladora, o amor incontido e o desejo incontrolável são sempre características do ímpeto juvenil. O amor maduro é retratado quase sempre como algo passivo, morno e entediante... Exatamente por causa de tantos equívocos e estereótipos, eu adorei a reportagem sobre o amor de Saramago e Pilar del Rio. Ele se referia ao seu amor como "aquela que tanto tardou a chegar" (uma clara alusão ao fato de a ter conhecido já na meia idade). A maioria das fotos dos dois mostra o desejo incontido e a atração física evidente entre eles, fato bastante inusitado considerando a idade do casal. Como todos sabem, Pilar ficou viúva recentemente, mas segundo a reportagem, ela se recusa a carregar a viuvez como um fardo. "Tive a honra e a satisfação de ter vivido com Saramago por 24 anos e não vou seguir a minha vida enredando uma viuvez. Saramago cumpriu seu ciclo vital. Vivi antes com Saramago ao meu lado. Agora, com Saramago dentro". Bom, depois dessa não preciso dizer mais nada, não é mesmo?
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