Eu não costumo ligar muito para datas, mas é impossível não considerar o elemento cármico do dia de hoje. Um ano depois da partida do Sr. T, estou exatamente no lugar que sintetiza todo o trabalho nos últimos anos da vida dele: o Encontro Internacional de Software Livre, em Porto Alegre. O Sr. T esteve envolvido com a construção e implementação de programas governamentais de inclusão digital e participou de algumas edições do Fisl. Quando voltava para casa, ele fazia questão de contar em detalhes tudo o que viu, ouviu e as pessoas que conheceu (e que pensavam como ele). E como eu vim parar aqui, justamente hoje? Eu sou uma militante do software livre agregada, mas não trabalho especificamente com o tema. Ano passado eu participei do programa Um Computador por Aluno (UCA) e hoje tenho um orientando que está pesquisando o uso do SL na educação. Ele articulou a criação de uma mesa para discutir o uso do SL no UCA e me convidaram para participar da discussão. Na época, não percebi a coincidência da data e depois pensei que seria bom não estar em casa hoje. Infelizmente, parece que foi uma péssima ideia... Estou em POA massacrada pelas lembranças e apesar das coisas boas (telefonema de um bom amigo, conhecer a criadora do B.A.T.M.A.N e participar de uma verdadeira ebulição de ideias), o peso é muito maior do que eu pensava. O pior é que não é só a angústia emocional, estou embaixo das cobertas do hotel porque não tive coragem de entrar sozinha no espaço do evento, a última vez que consegui comer alguma coisa foi há mais de 20 horas e já chorei muito mais do que o necessário. Amanhã tenho dois compromissos de trabalho que vão me obrigar a me concentrar na apresentação, nas pessoas e esquecer essas bobagens do passado. Pelo menos, eu deveria....
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