terça-feira, 14 de junho de 2011

Um acontecimento estranho

O que vou contar a seguir foi presenciado por quatro pessoas e demorei alguns dias para escrever porque eu precisava me recuperar primeiro. Semana passada eu fiz uma viagem a trabalho e estava distante 3.000 km de casa. Visitei um dos pontos turísticos mais tradicionais do Rio de Janeiro, a Confeitaria Colombo, com várias alunas e uma professora amiga que trabalha comigo. Em um dado momento, a professora me perguntou se um homem que corria atrás de um garotinho fofo não parecia com o Sr. T. Eu olhei de relance para o homem de costas e dei uma risada porque ele tinha um cabelão estilo black power, usava uma bermuda camuflada e um casaco desconjuntado. Pensei que ela tinha achado o sujeito parecido com o Sr. T por causa do cabelo... O homem caminhou mais alguns passos, pegou o menino no colo e voltou em nossa direção. Naquele momento meu coração deu um salto e meu estômago se contraiu: o homem era igualzinho ao Sr. T! Cabelos, óculos, rosto, roupa e, principalmente, o olhar. Senti uma pressão no peito horrível, eu queria correr para ele e perguntar porque ele tinha ido embora e estava ali com aquela mulher e aquela criança. Sim, ele tinha uma mulher muito parecida comigo... Felizmente, o hemisfério racional do meu cérebro entrou em ação e eu tentava me lembrar do velório e do enterro, ele estava lá, eu tenho certeza! Dizia a minha parte racional enquanto a outra parte histérica dizia que eu não tinha chegado perto do corpo e não podia ter certeza, e se ele não estivesse morto? Tentei fazer cara de paisagem enquanto todas continuavam impressionadas com a semelhança (chegamos a tirar uma foto do sujeito que já estava ficando cabreiro com tantos olhares). Enquanto ele saía empurrando o carrinho do bebê, o pianista começou a tocar a música tema do filme "Em Algum Lugar do Passado" (informação devidamente registrada pelas minhas companheiras de mesa). Sim, seria uma coincidência comum encontrar alguém fisicamente parecido, mas o sujeito poderia estar vestindo um terno. Ou estar sozinho com um grupo de amigos. O que é inaceitável no universo paralelo das coincidências incríveis é uma pessoa semelhante à alguém que tinha uma aparência excêntrica, vestindo o mesmo tipo de roupa, com o mesmo cabelo e a mesma atitude carinhosa com uma criança! À noite, já deitada na cama do hotel, eu chorei muito e só pude pensar no quanto aquele encontro era cruel. A minha amiga, penalizada, me perguntou se não podia ser alguma mensagem para mim. Mal-humorada e ainda chocada com o que eu tinha visto, eu só pude concluir que se o que aconteceu foi algum tipo de mensagem, deveria ser para testar o quanto falta para eu cortar os pulsos!

2 comentários:

  1. Com certeza você não cortará os pulsos, pois sem eles nao poderias ter vivenciado esse momento. Se foi doloroso, sim. Eu pude ler em seu olhos. Não acredito em acaso, aliás, o acaso não existe; o que acredito que exista são as autorizações divina para percebemos o quanto desejamos e não aceitamos tão fácil uma perda. Analisemos nosso percurso: Ainda no balançar da barca eu comentava com você ao deslumbrar as águas e a beleza do Rio: Estou com tanta saudades de meus filhos e de meu Neguinho, como ele me faz falta em momentos como este. Não sei o que seria de mim sem ele. Você bem segura respondeu: Josi, eu também pensava isso e hoje..aprendemos a sobreviver. Parei por um instante como se algo viesse a acontecer, ora estava voltada pra vcs em plena atenção, ora estava voltada e atrelada a pensamentos longínguos(lembra do fone do ouvido alto?É estranho mas não costumo fazer isso). E por que me reporto a cena? Tudo ocorreu no mesmo dia e era nosso segundo planejamento de ir a confeitaria, neste dia fomos mesmo. E por que será? Bem, hoje tenho a convicção que algumas perguntas eu não devo mais fazer quando nos reportamos a desencarne, e uma delas é Por que será? Olhei pra vc quando vi acontecer, lembra? O ENVIADO SEM ACASO que só após vocês viram estava em sua frente ainda quando estavámos na fila, mas você olhando e conversando conosco não se ateve ao momento. Eu o vi e achei que você estava tentando disfarçar pra só depois comentar, então respeitei. Quando nossa amiga viu não aguentou e falou a todas nós, eu baixei a cabeça pois mesmo não tendo vivenciado ou visto pessoalmente o Sr. T. O vi em fotos com Maricota e a imagem é forte. Acredito que esta foi mais uma prova dos nove pra saberes que sentir saudades faz parte do infortunel diário de nossa existência, mas nenhum momento é propício para buscarmos que já se foi, afinal, eles precisam trilhar novo caminho para evolução; fica a lembrança para nos reportamos não a pessoa amada, mas ao seu ANJO DE GUARDA, afinal os anjos são tão amáveis que sabe de tudo que passamos e desejamos,pois proporciona aquilo que no fundo desejamos e não temos coragem de gritar. Isso foi o seu pedido interior concretizado. mas de uma forma que que não é o momento do reencontro de vocês, por estarem em níveis diferenciados da transição terrena. De forma mais suscita é: Eu estou aqui mas não posso mais te pertencer. Parece uma analogia? Quem sabe já tivestes uma visita inesperada e não se deste conta? Nossos amigos protetores nos ajudam não para machucarmos mas para percebemos o momento exato da partida.
    Para mim, esse foi o significado mais concreto do que tenho aprendido em minhas leituras quando nos reportamos a vida além vida.

    Bjos, adoro você! Mas acredito que esse foi o momento pra falar o que penso a respeito do que leio no blog sobre a pessoa do Sr. T.

    Muita Paz! Muita Luz!

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  2. Oii...
    Hoje deu insonia e futricando as páginas cheguei a tua e acabo de ler...Não percebi ainda no que acredita - falo de crenças espirituais. Compartilho que tive um Sr L e ele se foi também e isso foi há mais de década...
    Fato é que eu o vi e o senti algumas vezes, cheiro, pressão da mão, proximidade... Uma noite acordei com a certeza que tudo o mais é que tinha sido um sonho ruim e que ele estava ali comigo...senti ele... E nunca tive medo... acho que no fundinho chamava por ele... Até que com aquele sonho tão vívido decidi queimar tudo que tinha...até aliança... Depois me arrependi porque me afastei de sua família e não fiquei com uma única fotinho...
    Passados muitos anos, minha mana caçula namorou seu sobrinho muito parecido...
    Acredito no espiritismo...ainda que não siga nada, apenas ore a Deus...
    Mas não vejo outra explicação e nem para os anos seguintes até hoje...e - ainda que sem querer, sempre comparo...
    Por isso acredito que precisamos evitar chamá-los, porque sendo recente, eles sofrem ao nos ver lamentando... E vem sim...
    Eu acredito que grandes amores transcendem a vida terrena e que quando a ligação é muito forte, reencarnamos e tornamos a nos reencontrar várias vidas...
    Se o que o espiritismo diz está certo, quando nascemos...antes mesmo de nossos espíritos se ligarem a um feto, fizemos um "acordo" com o Pai e finda nossa missão, desencarnamos.
    Se eles foram e nós permanecemos é porque "a nossa missão" aqui na terra não está acabada...

    Desde que li pela primeira vez teu blog, imediatamente me identifiquei...
    Tenho para compartilhar que as vezes não conseguimos elaborar nossas perdas sozinhos e com isso não conseguimos nos dar ao mundo e aos que nos amam por inteiro.

    Não acredito que tenha te conhecido ou vindo aqui "por acaso Ana"...

    Muito menos se compartilhar será de alguma "valia". Saiba porém, que tem várias pessoas que te querem bem e te desejam que consiga ser feliz...
    Já pensou "quantas pessoas" desejariam ter um amor assim e ainda que deixou uma criança não? E nunca viveram isso?

    Beijos! Com carinho querida "professora Ana Beatriz!

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