quarta-feira, 25 de julho de 2012

Notas sobre um webromance: três dias que mudam a sua vida...

Nada mais puro do que um coração desavisado... Quando se está desarmado, é impossível prever o que pode acontecer. Todos nós temos certezas na vida no que diz respeito aos relacionamentos, sabemos disso porque conhecemos a regra e não as exceções. Eu costumo dizer que depois dos 40 anos existe só um tipo de amor possível: o amor pantufa. É aquele amor fofo, meigo, repleto de afinidades, estabilidade, no qual um completa o outro a partir das lacunas de sua vida. Cada um de nós carrega muitos vazios dos relacionamentos passados que queremos preencher e um relacionamento na época mais madura da nossa vida pode ser perfeito para isso. Definitivamente, não esperamos encontrar na maturidade um tipo de amor visceral que nos coloca de cabeça para baixo e muda o rumo de nossas vidas. O tipo de amor que faz o nosso coração bater forte, quase saindo pela boca quando ouvimos a voz do outro. Que nos faz perder o sono e a fome. Que supera as limitações físicas que temos e nos permite extrapolar todos os sentidos em um jogo erótico sem fim. Ou que transforma o cheiro do outro em uma espécie de afrodisíaco que nos persegue por todos os lugares. Até mesmo um amor que produza uma sensação de posse absurda, daquelas de querer prender o seu objeto do desejo no porão, amarrado com cordas e fita silver tape! Durante três dias, eu e o Sr. L dormimos pouco mais do que uma hora e meia por noite, fizemos cinco refeições, falamos de tudo sobre as nossas vidas e voltamos para casa como se um caminhão carregado com três ogivas nucleares tivesse nos atropelado. Nada de amor pantufa, nada de equilíbrio, nada de suavidade... Parecia que toda a história de duas vidas tinha se reunido ali, naquele lugar e naquele momento. Qualquer escolha diferente de um caminho em comum significaria subverter a ordem natural das coisas. Apesar de todas as dúvidas, sentenças inacabadas e (muitas) pressões externas, eu só pensei uma coisa: quando se encontra um amor como esse, não se pode recusar a viver o que nos foi reservado.

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