A minha apresentação no evento estava marcada para às 10 horas. Como sempre, eu terminei de organizar os slides algumas horas antes (essa incrível segurança para falar sobre os temas que domino de trás para frente ainda vai me deixar na mão um dia...). Descemos apressados para tomar o tal café da manhã colonial oferecido pelo hotel. Entramos distraídos de mãos dadas no salão com piso de tábua corrida e cortinas de renda na janela. Várias pessoas ocupavam as mesas, todos conhecidos de outros trabalhos e instituições. Era possível ouvir o zumbido das conversas do lado de fora do salão, mas assim que nós entramos, as conversas cessaram. Todos interromperam o que estavam fazendo e nos olharam. Sabe aqueles três segundos de constrangimento que você não sabe muito bem a razão de ser objeto de interesse das pessoas? Pois é... Uma olhada rápida e me dei conta de que éramos o único casal hospedado no hotel que não dormiu a noite toda e, provavelmente, não deixou ninguém mais dormir... Caminhei em direção à mesa com o rosto pegando fogo enquanto as pessoas nos seguiam com o olhar. As conversas foram retomadas em um tom mais baixo, embora as pessoas continuassem a nos olhar com curiosidade. Algumas pessoas sorriam como se estivessem satisfeitas em confirmar a identidade secreta dos amantes destemperados... Como diz uma amiga querida: na terra da desesperança, as pessoas se incomodam muito com quem encontra um amor! E eu, toda linda com o meu vestido de linho chique e (muito) corretivo para as olheiras, só pensei em uma coisa: nunca mais eu me hospedo acompanhada no mesmo hotel que os meus colegas de trabalho! Fim.
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