segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Não é mera coincidência

Eu poderia listar vários acontecimentos que indicam alguma coisa importante, embora eu não saiba exatamente o que é. Alguns me confortam, outros me entristecem ainda mais. Em alguns momentos concordo com Constantine, os desígnios divinos são uma espécie de piada cósmica da qual os humanos não tem a compreensão necessária para rir. Afinal, qual explicação poderíamos encontrar para alguém que depois de dois anos desempregado, consegue um emprego, cativa as pessoas e dois meses depois vai embora de forma tão repentina? Talvez seja a explicação do chefe do posto da Previdência Social, sem os dois últimos meses de contribuição do último emprego dele, eu não conseguirira o benefício para a nossa filha (outra história surreal que vou contar depois). É claro que eu me recuso a aceitar uma explicação tão pragmática, mas são apenas detalhes diante da minha descoberta mais significativa. Há alguns anos, meu amor imprimiu os nossos e-mails trocados desde o dia em que nos conhecemos, como um livro com o registro da nossa história. Folheando o livro no dia seguinte da sua partida, descobri que ele morreu exatamente na mesma data em que nos conhecemos: 30 de junho, exatamente oito anos depois do nosso primeiro encontro! Pensando que o nosso affair foi como um raio e desde o primeiro dia nunca mais deixamos de nos falar um só dia, percebo que encerramos um ciclo. Parece que a arquitetura das nossas vidas já estava definida, mas sempre vou considerar que a nossa história foi interrompida de forma prematura e desnecessária.

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