quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A origem e os meus sonhos

O impacto do filme A Origem na minha cabeça foi devastador, seja pelo visual primoroso ou pela complexidade da história. Absoluto! A minha relação com os sonhos sempre foi estruturante, parece que eu construo e reconstruo os meus dilemas do cotidiano durante os meus sonhos. Muito tempo depois de estar casada com o Sr. T, eu tinha sonhos angustiantes nos quais eu me via na minha casa antiga com meu ex-marido, vivendo como se nada tivesse acontecido. De repente, dentro do sonho, eu acordava e dizia: - Mas eu não vivo aqui, onde está T? O que estou fazendo aqui? O meu ex-marido respondia perplexo, - Você está louca? Você sempre viveu aqui e não conheço ninguém com esse nome! Bom, aí eu acordava de verdade, o coração saindo pela boca e o suor escorrendo pela testa. Era um sonho recorrente que trazia à tona os subterrâneos do meu subconsciente, mas não sei se poderia enquadrar um sonho desta natureza na categoria pesadelo, já que não havia monstros nem mortes. O meu maior medo durante muito tempo foi que a minha história real com o Sr. T não existisse, que tudo fosse apenas um sonho e que eu acordaria novamente naquela vida que eu odiava. Exatamente por isso o filme A Origem é tão próximo da minha realidade, não saber se estou sonhando ou não, é algo recorrente nos meus sonhos malucos. Hoje eu sonho ao contrário, que o Sr. T ainda está aqui e vai entrar pela porta a qualquer momento e eu tenho que explicar como eu tinha sonhado que ele nos deixava depois de uma crise boba de saúde. Nos meus sonhos ele sempre ri da minha história e não dá muita importância para a minha angústia. Talvez seja por isso que eu ainda não consiga me desfazer das coisas dele, e se eu estiver sonhando e ele entrar de novo pela porta? Como vou explicar que sumi com as coisas dele só porque tive um sonho catastrófico?

4 comentários:

  1. Vi o filme e achei surpreendente a idéia. Procurei saber aonde o Diretor havia lido ou tirado o texto e fiquei mais surpreso ainda quando soube que tudo foi um sonho que ele teve. Vou rever o filme hoje ciente que ele passa uma mensagem forte e perigosa. Passamos a vida toda num jogo de inserir idéias e ter idéias inseridas em nossas vidas. Os formadores de opinião fazem isto o tempo todo. Desconfio que somos robos e estamos numa matrix. Mas, pelo que vi cada um pode ser um novo "Neo'. Se também acha assim me escreve. mharco2009@hotmail.com

    ResponderExcluir
  2. É verdade, seria somente coincidência que o "chute" fosse o mesmo para todos: cair em queda livre faz qualquer um acordar dos sonhos. O mais instigante é a ideia de inserção, sempre pensamos no que extrair dos nossos sonhos, mas o perigo está no que pode ser colocado lá.

    Abraços,

    ResponderExcluir
  3. Opa Ana Beatriz

    Este papo de sonho e subconsciente é muito delicado per si, e no contexto que você relata mais ainda...

    Mas o que me motivou a comentar no seu blogue "relatos da alma" foi que este papo de ex-marido e atual amor (que já partiu...) me lembrou um bonito samba/pagode lá dos anos 90 que eu achava (e acho) belm legal.

    Talvez ele fique meio deslocado no contexto deste blogue


    Aqui a letra:
    http://letras.terra.com.br/fundo-de-quintal/1114190/

    Aqui o vídeo da mesma com Fundo de Quintal.
    http://www.youtube.com/watch?v=1dvNxBhblLA

    abraços

    ResponderExcluir
  4. Sérgio,

    Eu nem me lembrava dessa música, mas faz mesmo sentido quando pensamos que as pessoas entram e saem da nossa vida o tempo todo. Pode ser um amor perdido, um amigo ou mesmo alguém da família. A ideia de ciclo é pouco assimilada por nós, mas está presente na nossa trajetória. Ontem mesmo eu estava me lembrando de uma grande amiga que mora na Inglaterra há oito anos e em outras pessoas que não tenho mais contato. O importante é que as pessoas representam um papel na nossa vida que é único e insubstituível. Vou escrever sobre isso no próximo post.

    Beijos,

    ResponderExcluir