Tive uma semana particularmente difícil, fiquei doente, o trabalho foi puxado, me aborreci com os problemas de Mariazinha na escola e tive momentos de muita saudade (e ela também, ao mesmo tempo!). Todas as noites Mariazinha pedia que eu contasse uma "história do papai" antes de dormir e mesmo tentando manter uma atitude positiva, eu sempre chorava depois que ela dormia. O desgaste emocional foi demais, sexta-feira entrei em sala de aula e percebi que tinha trocado os slides da aula. Na aula anterior trabalhei um conteúdo antes do outro que seria correto e senti que precisava contar para as minhas alunas o que tinha acontecido. Eu não podia mais continuar mantendo o profissionalismo como se tudo estivesse bem. Sou professora, mas também sou gente! Depois de me atrasar quase 30 minutos para a aula (por causa de uma reunião) e encontrar a turma toda me esperando, percebi o meu erro na troca do material e decidi não dar nenhuma desculpa esfarrapada. Contei o que tinha acontecido, o momento difícil pelo qual estou passando e agradeci a sorte de ter uma turma tão boa. O fato de ser uma turma excelente, interessada e comprometida, me fez sentir motivada a trabalhar melhor e isso foi muito bom para manter a minha estrutura firme. Minha gente, eu fiquei impressionada com o que aconteceu: a turma inteira chorou junto comigo! Algumas alunas tiveram que sair da sala para se recompor e eu ali, firme, lutando para chegar até o fim. Parecia uma novela mexicana e eu era a própria Maria do Bairro... Apesar da tristeza e do desgaste emocional, eu me senti muito melhor por ter sido honesta com elas. Apresentei o material correto, mostrei um filme interessante e encerrei a aula bem mais leve. Refletindo depois, percebi que é neste tipo de educação em que eu acredito e se perdi a armadura de intocável, ganhei o carinho e o apoio de um grupo que considero de excelência dentro do curso.
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