domingo, 18 de setembro de 2011

Festa dos dinossauros

No começo do mês consegui (finalmente!) fazer uma festa de aniversário para D. Maricota. Não se animem muito, o meu conceito de festa de aniversário é um pouco diferente do resto das pessoas. Claro que tem bolo, comida, refrigerante, mas eu me recuso a reproduzir as festas padronizadas da classe média deslumbrada. Festa é para a criança, ela tem que escolher, participar, ajudar, opinar...Nada de festa em casas especializadas, pacotes prontos e crianças como coadjuvantes ou reizinhos da noite. É claro que colocar a mão na massa é muuuito cansativo, mas o resultado é único. Para começar, D. Maricota queria uma festa de dinossauros! Não existem assessórios para o tema de dinossauros, eu encontrei coisas para a festa da Barbie, do Ben 10, das Princesas, mas nada de dinos! A solução foi improvisar: comprei pano camuflado, metros de juta, brinquedos da própria aniversariante como decoração e saquinhos coloridos para as surpresas feitos pela vovó (emprestada) Beth. O bolo, como sempre, foi da minha vizinha maravilhosa que é mesmo uma artista e uma amiga fofa. No meio da festa caiu um temporal e fui obrigada a improvisar: peguei um saco de brinquedos cheio de bugigangas de D. Maricota, espalhei no meio do salão e as crianças viraram anjinhos comportados. No final da festa, eu estava mais morta do que viva e ainda tive que guardar tudo sozinha, mas o resultado foi incrível. No dia seguinte, acordei com D. Maricota me enchendo de beijos e dizendo: - Obrigada, mamãe, obrigada! Tem como não amar?


#No dia seguinte, reclamei com uma amiga que fiquei muito cansada porque tive que correr a festa inteira de salto alto. Ela me deu uma bronca e perguntou porque eu não usei uma sandália rasteirinha. Respondi que convidei várias mães chiques da escola de D. Maricota e como eu estava fazendo tudo e a festa era simples, eu precisava, pelo menos, estar arrumada. - Se eu estou de salto alto, sou excêntrica, mas de rasteirinha, sou uma arrasada! afirmei dando gargalhadas.


#Uma semana depois, encontrei com duas mães que estiveram na festa. As duas disseram que as crianças amaram a festa e que ficaram surpresas como uma festa "tão simples" foi tão boa. Tô dizendo...

sábado, 17 de setembro de 2011

É o cérebro, estúpida!

Depois que se machucou no mês passado, D. Maricota passou vários dias sensível e sobressaltada. Ficou frágil mesmo e passou a colocar o dedo na boca o tempo todo. Como eu pedia para ela tirar o dedo da boca a cada cinco minutos, ela resolveu ter uma conversa séria comigo:


- Mamãe, sabe por que eu coloco o dedo na boca? Perguntou ela muito séria.
- Não, filha, por que? Foi por que você se machucou?
- Não, mamãe. É o meu cérebro que fica pedindo para eu colocar o dedo na boca!
- É mesmo? O cérebro? Perguntei surpresa.
- É, ele fica me dizendo para colocar o dedo na boca e eu coloco, tendeu?
- Ahn... Entendi! Olha, então é fácil, é só você dizer para o seu cérebro que você não quer mais colocar o dedo na boca e pronto! Não é legal assim?
- Claro que não, mamãe! O cérebro manda na gente, a gente não manda no cérebro!! Olha, o meu manda o meu corpo fazer as coisas, o seu manda o seu corpo obedecer. Cada um tem um cérebro que manda, você não sabia?
- Ah, filha, agora eu entendi. Então, tá... Quem sabe o seu cérebro desiste de fazer você colocar o dedo na boca, né?
- Mamãe, o cérebro faz o que ele quer!

domingo, 11 de setembro de 2011

O galo de D. Maricota

Semana passada, eu vivi um grande estresse por causa de um acidente doméstico com D. Maricota. Ela tropeçou na cama de nossa cadelinha e bateu com a testa no portal do quarto. Na mesma hora formou-se um galo enorme e as minhas pernas viraram mingau de tal forma que eu precisei sentar. Durante alguns minutos, eu não conseguia olhar para o machucado, morrendo de medo de encontrar sangue. Não me interpretem mal, eu não sou uma mãe mole e histérica. A minha filha mais velha quebrou o braço oito vezes e vivia se arrebentando por aí. A diferença é que meu coração naquela época era mais jovem (e forte!) e eu não temia nada. D. Maricota nunca se machucou, só aparecia de vez em quando com os joelhos ralados e canelas roxas, mas nada sério. Pessoas, como ela chorou! Uma hora de choro sentido e convulsivo contada no relógio. Eu já não sabia o que fazer... Depois de muito gelo no galo, ele rapidamente achatou e passei a tarde ao lado dela atenta à qualquer alteração. No dia seguinte, o edema desceu para os olhos e ela ficou parecendo um urso panda com uma enorme mancha roxa ao redor do olho. Minha conclusão: estou velha demais para ser mãe de criança pequena, o meu pobre coração não aguenta emoções tão fortes!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Temos um padrão?

O meu querido amigo, o Sr. S, tem uma teoria irritante sobre os relacionamentos: para ele, a Estatística é um bom instrumento para provar que existem grandes probabilidades de você encontrar a sua cara-metade em dezenas de pessoas diferentes, é tudo uma questão de percentual. Sim, não parece muito romântico e destrói toda a nossa (minha) concepção de alma gêmea, destinos traçados etc. É claro que eu não gosto nem um pouco dessa perspectiva, mas fiquei pensando nas últimas semanas se temos um padrão na busca do nosso amor. Se nós criamos um padrão inconsciente do perfil do nosso par, o Sr. S teria razão, tudo dependeria da minha projeção interna nos 38,7% exemplares masculinos, heterosexuais e disponíveis existentes em uma área de abrangência geográfica X. Eu sempre pensei que as características do Sr. T fossem um desvio no meu ideal de par, mas hoje estou convencida de que nós buscamos características semelhantes em todos os nossos possíveis pares ao longo da vida. O que muda ao longo do tempo, são as nossas preferências, desejos, padrão estético, personalidade etc. Durante um tempo da minha vida, eu gostava de homens de terno, hoje não me interessaria por um homem de terno nem que a minha vida dependesse disso! Talvez o meu amigo tenha razão, mas ainda gostaria de saber o que faz a pessoa A e não a B, nos causar palpitações, tremor nas pernas e frio na barriga. O que nos faz acreditar que estamos apaixonados por fulano e não por beltrano? As estatísticas do Sr. S definitivamente não dão conta das complexidades do coração...