quinta-feira, 31 de março de 2011

Vasos de cerâmica

O Sr. T vivia dizendo que D. Maricota ia ser uma artista por várias razões que mudavam de acordo com o contexto: ela tem um bom ouvido, desenha e pinta muito bem, gosta de combinar roupa estranhas, gosta de cantar, adora ir ao cinema etc. Resumindo: todas as coisas que qualquer criança de cinco anos gosta de fazer. Eu nunca notei nada de diferente nas inclinações dela, não consigo detectar qualquer traço de vocação artística ou coisa semelhante. Ela desenha tão bem quanto a irmã desenhava na mesma idade e mesmo admitindo que os desenhos estão um pouco acima da média, estão muito longe de prometer uma nova Beatriz Milhazes ou uma Adriana Varejão... É claro que pode ser que algo me escape, afinal, eu não sou da área e não entendo grande coisa de artes. Semana passada, ao arrumar os armários, encontrei um vaso de cerâmica sem pintura, bem simples mesmo que nem me lembro onde comprei. Coloquei o vaso na mesinha da sala e D.Maricota olhou para o vaso toda agitada: - É isso, mamãe, é isso que eu quero ser quando crescer! Fiquei sem entender nada e perguntei: - Você quer ser um vaso, filha? Ela fez uma cara impaciente de quem não aguenta a burrice da mãe e respondeu: - Não, mamãe! Eu quero ser a artista que faz o vaso. Assim ó... É começou a remexer as mãos como se estivesse moldando um vaso na olaria. Fiquei de boca aberta e perguntei onde foi que ela tinha visto isso. Ela ficou confusa e não soube me responder. A tia que presenciou a cena argumentou que talvez ela tivesse visitado alguém que trabalha com cerâmica junto com o pai, já que os dois andavam para todos os cantos juntos. É uma explicação bem razoável, é claro, mas continuei intrigada com a história. Será que o Sr.T tinha mesmo razão e D.Maricota será uma artista?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Bocuda e reclamona

Uma grande amiga estava cansada do casamento, o marido não era mais o mesmo, os planos não deram certo, ele a oprimia e ela tinha certeza que só estava com ele ainda porque era acomodada e não conseguia vencer a inércia. Ela queria autonomia, queria experimentar novas relações, voar mais alto profissionalmente, enfim, ela queria ser feliz! Claro que dei o meu apoio e os meus ouvidos para todas as queixas da minha amiga, afinal, o que é importa é ser feliz e nós mulheres precisamos ficar unidas. Se ele a oprimia e não era mais o mesmo, estava na hora de chutar o balde e partir para outra. Depois de muitas crises e sofrimento, ela se separou. Respirou novos ares, dedicou-se mais a carreira, conheceu outras pessoas, emagreceu, ficou linda, namorou bastante e... descobriu que estava infeliz porque sentia falta do marido!! É, leitores, é mesmo para ficar de queixo caído: ela descobriu que o amor da vida dela era o marido depois que o deixou. Eu gostaria muito de contar que eles se reconciliaram e que foram muito felizes, mas não foi o que aconteceu. Ele não suportou a mágoa que a minha amiga tinha lhe infligido, casou de novo e nunca mais quis saber dela. Vendo o fiapo de gente que a minha amiga se tornou, fiquei pensando se realmente é necessário nos queixarmos tanto dos nossos relacionamentos, pois me parece que a realidade do cotidiano torna-se ainda mais dura. Durante uma época andei reclamando demais do Sr. T, tudo o que ele fazia me parecia errado e eu sempre encontrava bons ouvintes para as minhas queixas conjugais. Um dia, eu me perguntei se realmente estava disposta a fazer algo sobre isso. Quero dizer, eu realmente estaria disposta a me separar do Sr. T? Seria possível uma vida melhor sem ele? Quando eu comecei a visualizar como seria a minha vida sem ele, entrei em pânico! Me dei conta de que se eu não estava disposta a arcar com a escolha de uma vida sem ele, deveria lidar melhor com as coisas que me incomodavam. Reclamar o tempo todo da pessoa com quem você vive, faz com que os pequenos desencontros do cotidiano tornem-se problemas enormes e insolúveis, uma verdadeira bomba-relógio na relação. Competir com as conhecidas para saber quem tem o companheiro mais exigente, esquecido, bagunceiro, preguiçoso, folgado e ciumento, só faz sentido se for um torneio para premiar a pessoa mais infeliz no casamento. E vamos combinar, não é exatamente o tipo de troféu que a gente gostaria de exibir na estante...

domingo, 27 de março de 2011

Casamento burguês

Antigamente, os casamentos entre os nobres eram arranjados para garantir a perpetuação da riqueza das famílias. O nível de entesouramento não era o suficiente para garantir que as pessoas ricas se casassem com pobretões (não existia especulação financeira naquela época, é claro!) e o amor romântico não era prioridade. Com o surgimento da burguesia, temos o casamento por amor e, embora a expressão bom partido tenha substituído os pré-requisitos da nobreza, a liberdade de escolha foi ampliada. Porém, se na nobreza os contratos eram realizados antes do casamento, na burguesia ele é estabelecido depois da união formal. Uma vez casados, a dupla inicia um processo de acumulação de riquezas e ascensão social que inclui a casa própria, a casa da praia, o carro do ano, os filhos (sim, os filhos também fazem parte do pacote), a progressão na carreira e todos os símbolos de status das pessoas bem sucedidas. É claro que a responsabilidade por manter tantas variáveis sob controle, o sucesso profissional, a acumulação de bens e a criação dos filhos, torna a vida a dois muito mais difícil. Em alguns momentos, as pessoas já não sabem se estão juntas na jornada da vida por uma escolha afetiva ou financeira e a pressão pelo sucesso é quase insuportável. Os prós e contras do casamento não são mais analisados sob a perspectiva dos elementos afetivos, são consideradas também as perdas financeiras. "Ele me faz sorrir" ou "adoro o seu cheiro" são eclipsados por "eu tenho uma vida confortável, os meus filhos estão acostumados com um padrão de vida alto". Neste momento, a infelicidade costuma ser inversamente proporcional a quantidade de coisas que podemos comprar, gerando endividamento e formação de hábitos que reforçam a dependência e impossibilitam a autonomia. Por isso mesmo, compra-se cada vez mais coisas para preencher o vazio da alma, ou então, busca-se nas relações fora do casamento a afetividade perdida. Parece loucura, não? E é mesmo! Parece incrível, mas quando não se tem absolutamente nada, a relação fica mais fácil. Sem expectativas de acumular coisas, toda a energia do casamento fica direcionada para a relação, a prioridade está nos elementos afetivos e sexuais. Os oito anos em que passei com o Sr. T foram os mais pobres da minha vida (dentro dos parâmetros burgueses). Faltava grana para quase tudo, mas a vida seguia apesar de. Não tínhamos dinheiro para almoçar fora? Bora cozinhar juntos! Sem grana para ir ao cinema ou fazer um programa diferente? Bora assisti DVD e transar a noite toda! É claro que não é nada engraçado quando você não tem dinheiro para pagar a conta de luz ou atrasa o condomínio, mas tudo isso faz parte das nossas escolhas e sempre podemos acreditar que as coisas vão melhorar. Um dia, depois de uma discussão, eu disse para ele que tinha certeza que a nossa relação era essencial para a minha vida por uma razão simples: todas as manhãs eu me perguntava se queria estar ali, vivendo aquela vida. E todos os dias eu renovava a minha certeza porque a resposta era sempre a mesma: sim. Independente das dificuldades, da falta disso ou daquilo, era exatamente ali que eu queria estar. E por mais improvável que possa parecer, isso bastava!

domingo, 20 de março de 2011

A sopa

D. Maricota é uma criança magrinha que não gosta de comer, nem mesmo bobagens. O Sr. T tinha uma grande preocupação com isso ao ponto de pesar a menina sempre que passávamos perto de uma balança. Para amenizar o problema, ele resolveu cozinhar sopas com tantos ingredientes dentro que a panela parecia um caldeirão de feitiços de um bruxo maluco. O sopão levava tudo que alguém poderia imaginar: legumes (os que combinavam e os que não tinham nada a ver), carnes, massas, verduras... Ele colocava tudo na panela de pressão e depois batia no liquidificador. D. Maricota comia tanto que ficava com a barriguinha estufada. Ela sempre me pedia para fazer a tal sopa e eu ficava embromando, mas ontem não tive escapatória. Fui para a cozinha e fiz uma sopinha de legumes, sem carne, sem legumes, rala e sem graça...É claro que D. Maricota comeu apenas algumas colheradas e concluiu que a minha sopa estava muito longe de ser saborosa como a do Sr. T. Fiquei meio desanimada, mas pensei o quanto cada um de nós tem coisas especiais. Sabe aquela história de que ninguém é insubstituível? É uma mentira deslavada das grandes corporações para justificar que todos os empregados podem ser trocados e que a empresa não para porque alguém não está mais ali. Sim, as pessoas são únicas, mesmo que o mundo continue girando e as pessoas vivendo. Em algum lugar, alguém sentirá a falta de alguma coisa, pode ser um sorriso, uma palavra, uma música ou mesmo algo tão simples quanto uma sopa!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Comida japonesa

Eu nunca tinha provado a comida japonesa até conhecer o Sr. T. Eu adorava a culinária chinesa, mas não tinha a menor vontade de comer peixe cru e sempre passava longe dos restaurantes japoneses. Fui conhecer e aprender sobre a culinária japonesa com o Sr. T e sempre procurávamos restaurantes novos para conhecer pratos diferentes. Na época, tínhamos poucas opções em nossa cidade e viramos clientes assíduos de um restaurante novo que tinha sushis e sashimis maravilhosos. Nós gostávamos tanto do restaurante que ficamos amigos do dono e ele colocou a nossa foto no painel que decorava o ambiente. É uma foto que eu gostaria de recuperar porque ela representa um dos aspectos mais importantes da nossa história. O Sr. T adorava os sashimis, principalmente os feitos com polvo (argh!) e eu preferia os sushis com salmão, arroz e cream cheese. Hoje, eu e D. Maricota almoçamos no tal restaurante e fiquei observando como ela comia bem uma comida tão diferente e que exige um paladar tão apurado. Fiquei feliz porque o pai teve tempo para passar isso para ela. É curioso como no meio dos sentimentos negativos de perda, ainda assim, encontramos coisas boas para lembrar e agradecer. Ela vai apreciar e conhecer a comida japonesa pelo resto da vida porque teve alguém que se preocupou em transmitir essa preferência de forma paciente e positiva. Não tenho a menor dúvida: é nas pequenas atitudes que continuamos vivendo através das pessoas que amamos um dia.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Quem acredita em anjos?

Um livro que marcou a minha infância foi "O menino do dedo verde". Eu adoro a frase final do filme, quando Tistu sobe as escadas do céu e vai embora: Tistu era um anjo! Dois anos atrás, quando o Sr. T estava viajando para Campina Grande para uma reunião de trabalho, caiu um temporal na estrada. No meio do caminho ele viu uma família na beira da estrada esperando o ônibus. Era uma família de lavradores, o pai, a mãe, uma menina de uns seis anos e um bebê de colo. Ele parou e ofereceu carona para a família que debaixo do temporal que caía, aceitou prontamente a oferta. Durante a viagem, o pai contou que estava viajando para levar a filha mais velha ao médico, ela faria um exame naquele dia no hospital da cidade. O Sr. T conversou amenidades e deixou a família na porta do hospital. O homem queria dar algum dinheiro ao Sr. T para pagar a viagem e quando ele recusou, o homem ficou com os olhos cheios d'água. Contou que tinha pego todo o dinheiro que tinha em casa para pagar a pequena viagem e levar a filha ao hospital. Disse que não sabia como iria comer no dia seguinte e quando o temporal desabou na beira da estrada ele ficou muito desanimado, mas não perdeu a fé. Ele rezou e pediu a Deus que enviasse uma ajuda para que a família dele não sofresse. Foi neste momento que o Sr. T encostou o carro e ofereceu a carona. Ele concluiu dizendo: - Eu sei que o senhor não vai confessar, que não vai poder me dizer, mas eu sei quem o senhor é: o senhor é um anjo que Deus enviou para me ajudar! Muito obrigada! Hoje, pensando na minha trajetória e nas coisas importantes que mudaram na minha vida depois que eu o conheci, descobri que o homem tinha mesmo razão. O Sr. T era mesmo um anjo.

terça-feira, 8 de março de 2011

O Sr. T e as mulheres

O Dia Internacional das Mulheres é uma boa oportunidade para falar um pouco sobre como é viver com um homem feminista. Sim, eles existem e o Sr. T era um deles. Existem muitos homens que acreditam que as mulheres precisam de oportunidades iguais, que racionalmente compreendem que vivemos em uma sociedade machista, mas só temos certeza que um homem feminista vai além do discurso quando convivemos com ele. Eu morro de vergonha alheia quando ouço uma mulher dizer, toda orgulhosa, que o marido não deixa isso ou aquilo. Nunca ouvi uma palavra dele sobre o que eu podia ou não fazer, sobre a minha roupa ou qualquer coisa semelhante. Eu podia sair com a bunda de fora e o máximo que ele faria, seria ir atrás de mim e garantir a minha segurança. Lavar, cozinhar, cuidar de D. Maricota, eram atividades de nós dois. O Sr. T era um homem feminista e era tão flexível em suas atitudes masculinas que eu sempre insinuava que ele era, na verdade, um metrossexual. Toda as vezes que eu queria implicar com ele, sempre insinuava que o pessoal de teatro é meio esquisito, que o Gerald Thomas disse que no teatro só tem putaria e por aí vai... Claro que era apenas uma brincadeira boba, mas ele não se importava. Parecia ter vivido a vida toda assombrado por estereótipos, então, mais um, menos um, não fazia a menor diferença.

sábado, 5 de março de 2011

O aniversário do Sr. T

Se a vida tivesse seguido um curso menos penoso, hoje o Sr.T faria 52 anos. Teríamos feito alguma coisa especial, no final da tarde ele teria ido visitar os pais e encontraria os filhos para receber um abraço. D. Maricota reclamaria da falta do tema do bolo e do presente dela. Depois que ela dormisse, escolheríamos um filme para assistir e o dia ameno seria encerrado de forma tranquila. Não estou apenas supondo, passamos por oito aniversários exatamente da mesma maneira. Hoje fui almoçar com mamãe e as meninas e as conversas sobre os problemas reais do cotidiano afastam as sombras. Como D. Maricota desconhece o que é um calendário, foi um dia como qualquer outro, mas mesmo assim ela fez dois ou três comentários sobre o pai. Achei curioso como ela começou a conversa com a avó: - Sabe vovó, quando papai estava aqui... O fato é que o nosso amor não termina, ele apenas assume uma nova temporalidade. No nosso caso, significa uma divisão entre quando ele estava aqui e agora. Temos apenas um modus operandi do antes e outro do depois.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mas eu me mordo de ciúmeeees...

No meu relacionamento com o Sr. T, eu era a ciumenta e isso não era algo velado ou mal resolvido, pelo contrário! Fazia parte do nosso acordo de convivência, eu podia ter crise de ciúmes daquelas de quebrar pratos e dar sapatadas na cara, mas ele não. Se ele ousasse transpirar qualquer tipo de desconfiança, eu vinha logo com o discurso "você é machista, opressor" etc e tal. É, eu sei que é injusto e provavelmente esquizofrênico, mas era assim mesmo. Mas o meu ciúme não era daquele tipo que desconfia até da própria sombra ou que coloca a culpa nas mulheres. Eu tenho horror de mulheres que culpam as outras pelos deslizes dos seus parceiros e ainda querem brigar (com as outras) por isso. O meu foco não era nas outras mulheres, não estou nem aí para o resto do mundo, o meu problema era o Sr. T se interessar (mesmo que superficialmente) por qualquer outra pessoa. Diante dos meus rompantes, ele sempre tinha um discurso articulado e me provava por A mais B, o quanto ele era equilibrado, seguro e não sujeito às birras e crises de ciúme. Você caiu nessa? Não? Pois eu caí! Então, senta que lá vem história: há alguns anos atrás, eu tinha terminado uma disciplina e não entreguei o artigo final no prazo combinado. O professor ligou para todos os alunos cobrando, inclusive para mim. No dia da ligação, eu tinha deixado o celular em casa e o Sr. T atendeu e conversou com o meu professor. Quando cheguei em casa, ele transmitiu o recado e estava bastante preocupado porque o tal professor disse que ia entregar as notas no dia seguinte e quem não entregou o trabalho seria reprovado. Fiquei comovida com a preocupação sincera do Sr. T pela minha carreira acadêmica, enviei o bendito artigo e esqueci o assunto. Meses depois, encontro o professor na Universidade e ele (constrangido) me pede desculpas por ter ligado cobrando o artigo. - Ora, o que é isso, o senhor tinha todo o direito de cobrar a tarefa dos alunos. Eu é que peço desculpas por ter sido relapsa. Daí ele me conta que o meu marido tinha ficado bastante aborrecido com a tal ligação e fez um monte de perguntas e a-ca-bou com ele. Entre incrédula e morrendo de vergonha, perguntei se ele tinha certeza que era mesmo o Sr. T. (juro que tive certeza de que era o marido de outra aluna). Quando ele confirmou o diálogo reproduzindo frases que eram mesmo a cara do Sr. T, fiquei bege! Sabe aquela expressão de olhos apertados e cara de vilã de novela? Era a minha! Equilibrado, hein? Seguro, heinnn? Rá! Resolvi guardar a carta na manga e me confrontar com o Sr. T na minha próxima crise de ciúmes (que acabou não acontecendo). Agora, quando me lembro das coisas que gostaria de ter dito ao Sr. T, acabo rindo ao lembrar que ele não ficou sabendo da minha descoberta: ele era tão ciumento (ou mais) do que eu!

quarta-feira, 2 de março de 2011

O que poderia ter sido...

Hoje fui almoçar sozinha no trabalho e o meu prédio fica próximo ao Centro de Artes e Comunicação. Um dos planos para o nosso futuro era o Sr. T fazer concurso para o Departamento de Artes da minha universidade e trabalharmos perto um do outro. Enquanto eu caminhava para o restaurante, tive a inexplicável sensação de que ia encontrar o Sr.T para almoçar. Apenas a partir dessa sensação, a imaginação começou a correr solta. Imaginei que ele teria me ligado para pedir que eu o esperasse, enquanto terminava uma reunião chatérrima. Imaginei que ele estava saindo do prédio do CAC de camisa preta e calça camuflada. Imaginei que eu o identificava logo por causa dos cabelos. Imaginei que almoçávamos juntos e a nossa conversa era repleta de amenidades sobre as tarefas realizadas pela manhã e as que faríamos na parte da tarde. Imaginei que eu chorava feito uma manteiga derretida no restaurante ao não suportar tanta imaginação... Êpa! Isso eu não imaginei, aconteceu mesmo! Deve existir um limite para a quantidade de vezes que um ser humano pode chorar pelo mesmo motivo. Eu ainda não consegui descobrir qual é, mas sigo tentando...