terça-feira, 8 de março de 2011

O Sr. T e as mulheres

O Dia Internacional das Mulheres é uma boa oportunidade para falar um pouco sobre como é viver com um homem feminista. Sim, eles existem e o Sr. T era um deles. Existem muitos homens que acreditam que as mulheres precisam de oportunidades iguais, que racionalmente compreendem que vivemos em uma sociedade machista, mas só temos certeza que um homem feminista vai além do discurso quando convivemos com ele. Eu morro de vergonha alheia quando ouço uma mulher dizer, toda orgulhosa, que o marido não deixa isso ou aquilo. Nunca ouvi uma palavra dele sobre o que eu podia ou não fazer, sobre a minha roupa ou qualquer coisa semelhante. Eu podia sair com a bunda de fora e o máximo que ele faria, seria ir atrás de mim e garantir a minha segurança. Lavar, cozinhar, cuidar de D. Maricota, eram atividades de nós dois. O Sr. T era um homem feminista e era tão flexível em suas atitudes masculinas que eu sempre insinuava que ele era, na verdade, um metrossexual. Toda as vezes que eu queria implicar com ele, sempre insinuava que o pessoal de teatro é meio esquisito, que o Gerald Thomas disse que no teatro só tem putaria e por aí vai... Claro que era apenas uma brincadeira boba, mas ele não se importava. Parecia ter vivido a vida toda assombrado por estereótipos, então, mais um, menos um, não fazia a menor diferença.

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