domingo, 11 de dezembro de 2011

Aquarela

Ninguém tem dúvida de que os relacionamentos são difíceis, a convivência é um desafio e vários sentimentos (gratidão, compaixão, dependência) surgem disfarçados de amor. Separar o joio do trigo exige um nível de introspecção e autoconhecimento que poucos estão dispostos a enfrentar. Eu sempre me surpreendo com pessoas que não aceitam o fim de um relacionamento. Como assim, "não aceitam"? É possível obrigar alguém a amar outra pessoa? É possível obrigar alguém a continuar vivendo com quem não se ama mais? Como será que as pessoas que "não aceitam" o fim de um relacionamento lidariam com a morte? Sim, aí o bicho pega, lidar com a ruptura involuntária dos dois sem ter com quem reclamar ou perseguir, significa aceitar que não nos cabe decidir o destino. Só assim é possível ter a exata dimensão de como somos pequenos e impotentes. Como ninguém pode antever o futuro e se preparar para perder o controle sobre a própria vida, é sempre bom ler um pouco mais de poesia para entender melhor a nossa essência...


E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

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