domingo, 29 de maio de 2011

Diretor de palco

Eu gostava muito de ouvir as histórias do Sr. T de quando ele era diretor de palco do Teatro Castro Alves, em Salvador. Eu não o conhecia nessa época e ele contava tantas histórias interessantes que eu era capaz de ouvir horas o mesmo assunto. Eu sempre pedia para ele contar de novo as minhas histórias preferidas como, por exemplo, quando ele conheceu o Paulo Autran, as exigências e chatices dos atores, os grandes espetáculos... Foi com o Sr. T que eu aprendi o que é um palco italiano, que os grandes teatros tem vários andares abaixo do palco, que existem cofres tão grandes que cabem um cenário inteiro nos teatros e são muito usados para guardar os figurinos completos dos balés (são caríssimos), que existem elevadores para transportar elefantes como o da ópera Aída (meu Deus, eu não sabia que usavam elefantes de verdade dentro de teatros fechados) e que os bailarinos comem muito por causa do esforço da dança. Rá! Tenho certeza que vocês também não sabiam dessas coisas... Uma das minhas histórias favoritas é sobre o show da Maria Bethânia que costuma atrair tantas fãs, digamos, ardorosas, que o teatro fazia uma concessão especial para que ela entrasse pela lateral dentro do carro até a entrada para o camarim. O Sr. T disse que um grupo de fãs (emocionadíssimas!) ficava próximo ao palco com dúzias de rosas na mão que eram jogadas no palco durante o show, acompanhadas de gritos histéricos (maravilhosa, vitaminada, divina, poderosa...). Pouco tempo depois de um show da Maria Bethânia com lotação esgotada, Marisa Monte (em início de carreira) fez a mesma exigência: queria entrar pela lateral para não ser assediada pelos fãs. Ah, coitada, a direção do teatro disse um sonoro não-minha-filha-vai-se-catar-e-se-enxerga! Tem como não sentir falta de tantas histórias divertidas?

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