domingo, 1 de maio de 2011

O desenho

D. Maricota está na fase dos desenhos da família na escola. Ontem ela disse que a "tia" pediu que ela desenhasse apenas as pessoas que moravam na casa. Segundo D. Maricota, o pai da "tia" também foi para o céu e virou uma estrela. Deduzi que a primeira versão do desenho dela tenha incluído a figura do pai também. Esse é um ponto delicado. Uma das maiores angústias dela está relacionada com o fato de não ter pai e eu sempre insisto que ela não pode dizer isso. Uma pessoa que não sabe quem é o seu pai ou nunca teve contato com a figura paterna, pode dizer com propriedade que não tem pai. Mas e alguém que tem a lembrança do pai presente e parte de sua história? É correto dizer que não tem pai? As duas situações não são completamente diferentes? Bom, eu sempre digo que ela tem pai sim, embora ele não esteja mais aqui. Ele vive na nossa memória e no nosso amor que continua existindo. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando lidei com a morte de uma pessoa querida pela primeira vez, foi a constatação de que o nosso amor não acaba, mesmo que a pessoa não exista mais. Talvez daí venha a angústia, o amor que você sente está canalizado para um vazio e não é retribuído. O amor se perde na ausência.

Um comentário:

  1. Mesmo sendo um caso delicado a figura amada partir em matéria física, é plausível sua posição em afirmar que não podemos negar a existência, neste caso, do pai. Concordo plenamente por dois aspectos constatados: 1ºse temos a identidade reconhecido do pai, ele existe e sempre existirá. 2º o fato de ter se tornado uma espírito desencarnado não deixou de existir em suas mentes, carinho e coração; pois se pais que maltratam os filhos ficam nos corações dos que sofrem, imagina um exemplo de pai?
    Professora linda, da mesma forma que sentimos, amamos, queremos a presença física e não a temos,não significa que a pessoa amada não sinta a canalização deste amor. Podemos até entender como uma metáfora, mas na verdade, o teu desejo o cativa não mais neste plano mas em outro. O que prevalece hoje não é o amor materializado(carne, carinho,fôlego, aspirações a dois)a prevalência é fluídica pelo enlace, portanto ele não se perde pela ausência do amor, mas pela ausência carnal.
    Talvez você apenas respeite e não concorde, mas saiba que o outro lado existe e não precisa apologias religiosas, senhor T com a paciência de Jó e de um coração imenso que tinha, como falado por você, não está em qualquer lugar. Isto eu tenho certeza! As colônias espirituais existem e são trazidas constatações científicas em torno da afirmação. O socorro não vem só do mundo materializado, ele existe e coexistem em planos desconhecidos por nós, mas que nossos espíritos já habitaram. Por isso falo sempre: Eu estou Josivania, eu não sou. Metáfora¿ Melhor analisar por ai.

    Bjos no coração da sempre aprendiz!
    Josi.

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