domingo, 13 de novembro de 2011

Fim de caso

Já faz muito tempo que assisti "Fim de caso", mas uma das coisas que mais me impressionou no filme foi o poder do sacrifício silencioso. Lembro da minha chefe (uma dondoca afetada e sem-noção) que adorava contar para todos (principalmente nas reuniões e quando tinha público) o quanto ela era generosa com as pessoas necessitadas. Eu sempre desconfio muito de quem faz alarde das boas ações... O filme tem como pano de fundo a guerra na Inglaterra de 1939. Sarah Miles (Julianne Moore) é casada com Henry (Stephen Rea), mas vive um caso de amor com Maurice Bendrix (Ralph Fiennes). Um dia, depois de um intenso bombardeio no local onde os dois estavam, Sarah sai da vida de Maurice sem qualquer explicação. Ele alimenta um ressentimento profundo por ela e descobre depois que ela fez uma promessa para que ele sobrevivesse ao bombardeio. Já conheci muitas pessoas que se apegam ao outro de forma negativa, quase parasitária. São capazes de qualquer coisa para manter o seu (suposto) objeto de amor, não importa em que condição ou a que preço. Algumas radicalizam ao ponto de achar melhor o seu amor morto do que feliz com outra pessoa (sim, são muitas pessoas que agem e pensam assim). Depois de tudo que eu vivi até hoje, consigo lidar com o amor de outra forma, não porque eu seja especial ou conheça algum segredo, mas porque é a única forma possível de lidar com os meus sentimentos. Diariamente, eu pratico o desapego das coisas e das pessoas e tenho certeza de que hoje eu estaria preparada para abrir mão da pessoa que amo, sem pensar duas vezes, se isso pudesse salvar a sua vida ou torná-la mais feliz.

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