quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ponto de ruptura

Uma coisa que aprendi desde cedo é que cada um sabe quais são os seus próprios limites. Não existe um padrão, o que é suportável para um pode não ser para outro, da mesma forma que uma determinada atitude pode ser suportável por um tempo e depois não ser mais. Cada relacionamento é uma combinação única dos pressupostos e atitudes de duas pessoas. Sendo assim, coisas que muitas vezes são inaceitáveis em uma relação, podem funcionar em outras. A questão é que justamente por não sabermos quais são os limites do outro (e muitas vezes, nem os nossos), é preciso ter cuidado quando esticamos demais a corda em um relacionamento. Os conflitos só devem ser levados ao extremo quando realmente estamos dispostos a pagar para ver. Se não temos certeza do que queremos ou se temos dúvidas sobre o que podemos ou não suportar, a melhor estratégia é se afastar por um tempo, colocar as ideias no lugar e só então discutir a relação com franqueza. No início do meu relacionamento com o Sr. T, o meu nível de estresse era sempre um tom acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, bastava um conflito, um desentendimento qualquer, para eu ameaçar terminar tudo. Um dia, bem calmo, ele me disse que na próxima vez que eu ameaçasse ir embora, ele é quem iria. - Existem certas coisas que só devem ser ditas quando temos certeza do que queremos. A palavra tem poder e uma vez que pronunciada em voz alta, nunca mais tem volta. Pense bem no que você realmente deseja antes de dizer. Na verdade, o que ele estava dizendo é que o amor não pode ser tão frágil para ser ameaçado a cada instante, em cada crise. A premissa básica do amor é o desejo de ficar junto, resolver os problemas e superar as dificuldades. É acreditar que aquele amor é para sempre. Se é tão fácil de ser deixado, não é amor, é apenas um simulacro da Matrix...

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