sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Lancelote, de Chrétien de Troyes (1)

Lancelote, o Cavaleiro da Carreta (em francês: Lancelot, le chevalier de la charrette) é um poema em francês antigo escrito por Chrétien de Troyes no início do século XII. O livro é sobre o caso de amor entre Guinevere e Lancelote e tem como fundo a corte do Rei Artur, Camelot. Para quem não se lembra, Guinevere é esposa de Artur e vive um romance com o homem de confiança do rei, Lancelote. A tradutora da edição brasileira (editora Francisco Alves) afirma que "a ideia de escrever Lancelote, o cavaleiro da carreta foi sugerida a Chrétien por Marie de Champagne, que lhe deu o tema do romance, como ele afirma na introdução do livro. Chrétien que era piedoso e austero, não parecia ter se sentido muito à vontade ao desenvolver a história de amor de Lancelote pela esposa do seu soberano. Não devia concordar tampouco com o comportamento de Guinevere, que cede à paixão e se entrega ao seu amado. Suas convicções religiosas tornam a tarefa difícil e ele a cumpre quase como uma obrigação. Isso pode ser observado no início do romance, pelo emprego da cojunção já que, que exprime uma causa imposta, contra a qual nada se pode fazer. O autor parece desculpar-se pelo tema tratado". Particularmente, eu gosto muito da história por toda a luta que interna e externa que os protagonistas precisam travar para viver o seu amor. Eu desconfio sempre dos amores convenientes e de acomodação. Acredito que a convergência de interesses não tem nada a ver com o amor. O relato da noite de amor entre Lancelote e Guinevere é bem moderninha para o século XII. Chrétien pode ter ficado desconfortável ao escrever o livro, mas a Senhora Marie de Champagne deve ter se divertido bastante com o texto!

2 comentários:

  1. ...e eu desconfio de quem faz do amar um gesto de rebeldia e uma declaração de princípios (tardios)...
    E quem conhece a História sabe que Guineveres e Lancelotes não podem se desprender daquilo que são de fato (: 'outra coisa' além dos fantasmas de desejos [leia-se vontades no âmbito subjuntivo, e não pulsões sexuais] presos em espaços que simulam o real); e quem conhece a História sabe que o encontro de Guineveres e Lancelotes encontra seu final porque a felicidade não pode ser construída com a infelicidade, a traição e a mentira; e quem conhece a História sabe que mesmo com acomodação e conveniência se pode ser, sim, totalmente feliz.

    E a pergunta que não quer calar é: onde entra o Sr. T nisso tudo?? Ou será que não entra??

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  2. Penso que todos nós temos os nossos conflitos internos e as incertezas do que realmente queremos na nossa vida. É mais fácil fugir ou buscar o que é confortável e familiar. O Sr. T é um divisor temporal na minha vida porque me obrigou a me mover na direção de alguém apenas por amor. Se eu tivesse optado por não pular da ponte, escolhendo viver uma relação que só tinha como laço a acomodação e os interesses conjuntos (Liliput, trabalho etc), eu não teria vivido o meu amor com o Sr. T. Mas não estabeleço limites ou modelos para ninguém porque cada um tem o seu tempo e a sua forma de ver o mundo. Só escrevo aqui sobre como me sinto e o que é importante para mim. O que era inconcebível na minha vida antes, hoje pode ser a aceitável e o contrário também é verdade. Apenas seguimos vivendo..

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