sábado, 21 de maio de 2011

Alta Fidelidade

Um dia desses eu estava conversando com um amigo sobre o conceito filosófico de fidelidade. É um assunto espinhoso porque envolve as questões impostas pela sociedade que estão relacionadas com o controle e o desejo (e o direito) individual de cada um de nós em ser feliz. A busca pela felicidade só é simples nos filmes românticos do tipo água com açúcar, a realidade é muito diferente. Em sua essência, quando sentimos desejo por outra pessoa, a infidelidade já aconteceu. Como é impossível controlar o desejo de qualquer ser humano, as convenções foram criadas: só é infidelidade quando acontece o contato físico, quase estabelece um relacionamento etc e tal. A web está bagunçando bastante os modelos de fidelidade adotados até agora, já que é possível obter prazer em relações virtuais sem nunca ter encontrado a outra metade pessoalmente. :) O fato é que eu tenho uma visão muito particular sobre o tema, acredito mesmo que cada casal deve negociar os seus próprios limites, independente das convenções sociais. Além disso, existem vários outros fatores que envolvem a (in)fidelidade que precisam ser considerados em cada relação (carência, ressentimento, fraqueza, vingança, insatisfação etc). Apesar da minha posição liberal a favor da livre negociação, não existia muita opção em meu relacionamento com o Sr. T. Eu queria exclusividade absoluta, não apenas no aspecto físico, mas também mental e até transcendental! Nós conversávamos bastante sobre isso e, estranhamente, a minha relação de fidelidade com ele nunca foi uma imposição. Durante todo o tempo em que estivemos juntos, nunca me senti atraída por ninguém que valesse a pena mais do que um sorriso de dez segundos. Talvez esse quadro mudasse com o tempo e nós teríamos renegociado as bases de nossa relação. Ou talvez o Sr. T estaria trancado em um quarto escuro, amordaçado com fita Silver Tape até hoje. Quem pode saber?

5 comentários:

  1. Meu Deus!! Fita Silver Tape.....srrss!!

    Bem, eu também tenho uma opinião particular que não é muito contrária a sua. Analisemos: O ato de desejar,pensar, sentir saudades de um alguém de por ventura tenha chamado a atenção de alguma forma; concebo a idéia que se houve a intenção, houve a (in)fedilidade ou como costumamos falar, houve "traição". Diz o evangelho que se em nosso pensamento desejar ou pensar no Homem/mulher do próximo já se cometeu adultério.
    Sendo todo ser humano imperfeito o ato é constante em nossos dias atuais. Muitos dos homens, especialmente, os que tiveram uma boa formação familiar,tanto religiosa quanto educacional, se repremi em seu consciente e não aceita tal procedimento; mas quando cai,libera a adrenalina de muitas as formas:
    1-no mundo virtual revela-se
    2-sente-se o homem mais gostoso e amado do mundo
    3-acredita que a outra ou outro virtual é bem melhor que a presencial, porque tem toda a atenção por exclusividade.
    4-o que gostaria de ter coragem de revelar presencial, só revelar virtual.
    5-acredita que infedilidade virtual não existe-traição para a maioria dos homens é ir pra cama com alguém e fazer valer o ato, se não há ato não há traição.
    O que discordo em todos os sentidos, se existe a intenção, existe a traição, mesmo que esta não tenha o ato. Por acaso quando amamos gostamos de ter alguém do nosso lado sabendo que não somos correspondida? Nos sentimos felizes em escutar palavras desagradáveis de quem gostamos? Ficamos felizes se por ventura ele revela que já teve uma relação amorosa virtual e que esse alguém não foi você? Sou radical em relação a essas delicadas questões acredito que todos são dignos de perdão, o que não significa caminhar de braços dados com o inimigo. Ainda concebo a idéia que quem verdadeiramente ama não trai e ainda mais, do mesmo jeito que o homem afirma que não resistiu e que é diferente, por isso pode tudo. Essa mera cultura machista nunca me convenceu. Acredito no livre arbitrio de cada um ser, mas viver com alguém após ter sido traido(a) é uma tortura........pois se não existe confiança como ficará o laço dos dois?Comigo é o seguinte:sou doce, dengosa e polida(como diz Alcione)mas não pise na bola, eu detono e não rola. Portanto, fazer acordinho após levar um chifre sem condições; pois embora não pese tem um valor nada sentimental. E isto para uma mulher ferida é troco na certa, ou seja, bala trocada não atinge "pecador".
    Sou "possessiva" no amor, não rola! Também sou "egoísta" no amor, não faço caridade. Por isso não divido com ninguém, não nasci pra viver no arem.

    Amar alguém é dedica-se a um total de sentimentos profundo(Josivania Freitas)

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  2. Josi,

    Eu já disse aqui várias vezes que com o Sr. T eu fui possessiva e ciumenta, mesmo sabendo que isso não é algo bonito de dizer por aí.:) Mas quando eu falo sobre os acordos, eles tem que ser prévios e não depois da sacanagem concluída! O quero dizer é que tem pessoas que não admitem isso ou aquilo por pressão da sociedade e não porque se importam mesmo. Por exemplo, alguns casais tem uma relação aberta, outros participam de encontros sexuais etc. Cada casal deveria encontrar os seus próprios limites e acordar os seus próprios valores relacionados com a infidelidade. Agora, vale para os dois, nada de reproduzir a sociedade machista! Eu tenho uma amiga que tem um acordo com o marido: eles podem se relacionar com outras pessoas, desde que sejam apenas encontros isolados. Nada de relacionamentos! Como vale para os dois e eles estão juntos há quase vinte anos, quem sou eu (ou a sociedade) para julgar? Afinal, cada um dispõe dos seus orifícios como bem quiser...kkkk

    Beijocas

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  3. De fato Beatriz, tema espinhoso demais. Geralmente, procuro não pensar nisso quando estou com namorado e mesmo quando estava casada. Optei por não pensar, nem negociar, é uma opção muito pessoal e até egoísta, reconheço. Não pensar pode nos liberar a também trair o outro, além da cobrança de ciúmes do amado. Penso que já tenho/temos tantas amarras sociais, culturais, individuais, que talvez este seja um dos sintomas de que o barco já afundou e é melhor concluir a viagem, antes de chegar no esgoto, os outros espalharem sua merda no ventilador e a relação terminar de uma maneira grosseira e leviana.

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  4. Alásia,

    É verdade, só a possibilidade de traição já é um sentimento devastador em qualquer relacionamento. Penso que cada um de nós traz os seus próprios traumas com relação ao abandono e a rejeição e fica muito difícil separar as dores dos amores dos sentimentos construídos por outras situação na vida. Talvez ter consciência desses limites seja um começo para compreendermos o resto. Quantas vezes despejamos toda a nossa frustração de uma vida inteira na pessoa que está conosco e finalizamos a frase com "vocês são todos iguais"? O que mais me incomoda é que as pessoas sempre apontam o dedo para os outros e julgam, sumariamente, sem refletir sobre a sua própria conduta.É um pouco como o filme Beleza Americana, é preciso olhar bem de perto...Estou adorando os comentários aqui porque vejo que cada uma de nós tem experiências dolorosas com o assunto e estamos longe de dar conta dessa discussão.

    Beijos,

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  5. Concordo plenamente Ana, não damos conta desta peculiaridade que é a infidelidade. Embora eu não dê muita importância com o que pensam, sou muito romântica e sentimental(ainda); acredito que quando amamos somos capazes de mil ou mais loucuras mas quando pensamos em "dividir o outro" o peso é pesado kkkkkkkkkkkkkkkk. Acredito que ainda não estamos na condição de dividimos liberalmente(acordo) e caminhar juntos numa boa, essa sua amiga é uma excessão(Parabéns a ela!!)eu passo longe desses acordos X possibilidades; independente de cultura religiosa, sociedade, etc; sou muito verdadeira e intensa, vivo em verdadeiro cosmo de prazer a dois, nem um a mais kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Pense, você usaria fita..........eu cortaria e dava descarga no vaso sanitário para não correr o risco de cirurgia haahahahaha...

    Beijão!!

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