segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Diálogos terríveis

Ele: Você nunca me pede desculpas, eu nunca ouvi um pedido de desculpas seu!
Ela: E você? Me pediu desculpas alguma vez durante todos esses anos?
Ele: Sabe por que eu não peço desculpas? Sabe por que? Porque tudo o que eu faço é por sua culpa! Você é que me faz fazer coisas ruins!
Ela: ???
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Ele: O problema do nosso casamento é que você sempre está cansada e arruma um monte de desculpas para não transar.
Ela: Precisamos mesmo conversar sobre isso. A gente podia sair, jantar, ir ao cinema, conversar...
Ele: O que você quer dizer com isso? Está insinuando que agora eu vou ter que pagar para transar?
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Ela: Estou cansada de você não fazer nada e me sobrecarregar o tempo todo! Estou cansada da sua falta de sensibilidade, você é um cretino egoísta!
Ele: E você que mente o tempo todo? Cheia de subterfúgios, escorregadia e mentirosa!
Ela: Mentirosa? Mas quando foi que eu menti para você? Anda, me diz!
Ele: Não sei dizer quando, mas eu tenho certeza de que você mente! É da sua natureza ser sonsa!
Ela: (...)
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O meu pior diálogo com o Sr. T:
Eu: Não aguento mais a responsabilidade de tudo, eu tenho três empregos, tenho que aturar os maiores absurdos no trabalho todos os dias! Estou no meu limite!
Sr. T: Mas eu reconheço todo o seu esforço!
Eu: Não adianta você reconhecer o meu esforço, eu quero que você carregue o peso da responsabilidade comigo. Não adianta ficar apenas observando e "reconhecendo" o meu sacrifício!
Sr. T (triste): Eu sei onde você quer chegar e quero dizer que agradeço imensamente tudo o que você fez e faz por mim. Não sou idiota, vejo a sua insatisfação comigo nos seus olhos e a sua impaciência nos seus gestos todos os dias. Estou entendendo aonde essa conversa vai chegar e agradeço de coração a sua generosidade. Espero um dia poder retribuir tudo o que você tem feito por mim.
Eu (com uma bigorna na cabeça de tão culpada, respondi baixinho): Só queria que você soubesse como eu me sinto...
Os diálogos ilustram e resumem o que existe de pior nos relacionamentos. Alguns aconteceram há mais de 20 anos e o mais recente há menos de três anos. Sou capaz de reproduzir com exatidão cada um deles, comprovando que as palavras ferem e são mesmo perigosas. Precisamos ter muito cuidado com elas...

2 comentários:

  1. É beatriz, as palavras têm um poder incontrolável. Fico pensando sobre meu último casamento, tão difícil, como quase toda convivência normal. Mas disse e ouvi muitas vezes coisas bem parecidas com o que vc falou. Sentia e tenho absoluta certeza que carregava o peso nas costas daquela relação que cada vez ficava mais e mais pesada, inclusive nas palavras. Me arrependo de muitas que falei... mas não me culpo tanto, foi o possível de ser dito e a vida segue...
    ***
    escrevi um post falando dele no meu blog e sobre como as pessoas não passam desapercebidas quando nos tocam de alguma forma. Torquato parecia muito com meu pai, o jeito, as roupas, as brincadeiras, a maneira desprendida. Nunca te falei isso antes com medo de ser má interpretada. Mas a lembrança dele ficou não apenas em mim, mas acho que em muita gente como uma pessoa generosa e simples.
    Beijos, fofita

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  2. Alásia,

    Obrigada, querida! É um carinho enorme ler o que você escreveu. De certa forma, as pessoas depois que morrem passam a viver apenas na nossa lembrança e é bom quando os outros também tem a mesma percepção nossa. É uma pena que as nossas vidas tenham seguido caminhos tão distintos, sinto muita falta de nossas conversas.

    Beijos

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