sábado, 28 de agosto de 2010

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Ontem, ao folhear a minha tese com uma aluna, me deparei com a folha de agradecimentos: "ao meu companheiro, Sr. T, que me fez pular de mais uma ponte em nossa caminhada", não pude evitar as lágrimas e fiquei com raiva de mim mesma. Afinal, até quando eu vou ter líquido suficiente para continuar chorando? Pensei em como seria bom apagar aqueles momentos terríveis da minha memória e lembrei do filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Racionalizando melhor a minha angústia, percebi que para apagar os momentos ruins, eu teria que esquecer também as coisas boas. Eu estaria disposta a esquecer toda a minha história com o Sr. T para superar a minha tristeza agora? A resposta é não, por uma razão simples: as pessoas que são importantes em nossa vida tem um papel tão essencial que tornam-se uma parte de nós mesmos. Eu sou o que sou hoje porque uma parte do Sr. T está under my skin, na minha própria pele. É interessante como as pessoas próximas sentem a necessidade de completar a lacuna, você ainda é jovem, vai encontrar alguém, será feliz novamente...Pessoas não são como um vaso quebrado ou como um emprego que você troca e está tudo resolvido. Não sofro com a perda da figura do marido provedor e protetor, até porque o Sr. T nunca desempenhou esse papel. Sinto falta apenas dele ser... Quem diz que o sofrimento traz algo de positivo, está mentindo, nós não nos tornamos melhores porque sofremos (isso faz parte do pensamento cristão) e a morte não traz absolutamente nada de positivo. Apenas faz parte da nossa história.

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