sábado, 21 de julho de 2012

Notas sobre um webromance: primeiro encontro

O que se espera de um primeiro encontro? Normalmente, uma prospecção profunda do outro: em cada olhar, em cada gesto, em cada nuance do diálogo, sempre existirá uma análise implacável do outro. É no primeiro encontro que avaliamos se vai haver continuidade ou não da relação. Por isso mesmo, todo primeiro encontro é constrangedor, não sabemos onde colocar as mãos, caprichamos na roupa, somos todos ouvidos para a nossa companhia. Algumas pessoas repetem insistentemente "- É mesmo? Eu também", como se fosse um sinal de fomos-feitos-um-para-o-outro-já-podemos-casar. Não preciso nem dizer que a saia-justa é infinitamente maior nos encontros às cegas, que os americanos chamam de blind date. Entretanto, nada supera o medo (medão, pânico, paúra, ou qualquer outra expressão que o leitor preferir) de um encontro com alguém que você nunca viu pessoalmente, mas com quem já entrelaçou a alma. Não existe um padrão para o primeiro encontro, cada um construirá o seu próprio momento de um jeito diferente do outro. O Sérgio Freire, por exemplo, contou uma história linda em seu blog sobre o primeiro encontro com alguém que nunca tinha visto (e que hoje é a mãe de suas duas filhas). Eu adoro a história contada por ele, mas comigo foi diferente. Eu não esperava nada além do óbvio. Se eu fosse elaborar uma espécie de check list, seria mais ou menos assim: conversa agradável - ok, pessoa simpática - ok, afinidades em nível razoável - ok, sexo de qualidade - ok, amizade especial - ok... Só isso. Nada de querubins dançantes, borboletas coloridas, som de violinos ou fogos no céu. Eu tinha certeza de que encontraria apenas o óbvio. Não me entendam mal, não que o óbvio fosse ruim, mas seria apenas...o mesmo de sempre! Uma espécie de amor pantufa, aquele tipo de amor cálido, morno e confortável que nos serve na medida exata de nossos medos e decepções. No fundo, acho que eu desejava que fosse assim porque um amor pantufa não seria suficiente para revirar a minha alma e me tirar da minha imobilidade. Em algum canto insano da minha mente eu continuava a ter certeza de que nunca mais poderia viver uma história com alguém depois do Sr. T, embora o lado são insistisse que eu precisava seguir em frente. Caminhei em direção ao meu primeiro encontro certa de que não encontraria nada demais. Foi aí que eu errei feio...

#Update: Encontrei um vídeo bem fofinho sobre um casal que namorou durante anos e teve o seu primeiro encontro filmado por uma amiga. Como vocês podem ver, a situação é bem mais comum do que pensamos.

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