quarta-feira, 4 de julho de 2012

Notas sobre um webromance: seis graus de separação

A teoria dos seis graus de separação afirma que todos nós estamos interligados através de seis laços de amizade. Você interage em várias listas de discussão com uma pessoa que mora na cidade x. Você mora na cidade y. Os dois estão distantes e nunca se encontraram. Vocês não tem nada em comum a não ser o trabalho. Ou gostar de Star Wars, Senhor dos Anéis, músicas e livros. Possuem opiniões semelhantes em vários aspectos. Interagem em um grupo mais restrito, com o mesmo perfil e as tiradas inteligentes com muitas gargalhadas são inevitáveis. Nenhum comentário que possa revelar alguma intimidade é feito. Um dia você percebe que o seu amigo virtual está desanimado, doente, triste e solitário. Acredita que chegou ao fim da linha e não espera mais nada da vida. Você tenta animá-lo e pede que os outros amigos virtuais também o apoiem. No caminho do apoio desinteressado e distante, surge alguma coisa entre os dois. Incompreensível, estranho e inesperado. Então você descobre que viveram na mesma cidade, moraram na mesma rua e tem vários conhecidos em comum. Estudaram na mesma escola, com intervalo de poucos anos e tiveram os mesmos professores. Descobre que conheceu várias namoradas dele e que estiveram juntos na mesma festa de ano novo. Mesmo assim, nunca se viram. Nunca se falaram. Entraram e saíram por portas semelhantes a vida toda, se roçando, se avistando, mas nunca se encontrando. Como é possível ter vivido tão perto um do outro sem nunca se encontrar? Qual foi o propósito do destino para os dois? Alguma coisa começa a se reconfigurar na sua cabeça e no seu coração. O passado e o presente se misturam em um turbilhão de imagens, fatos, locais e situações. Impossível não pensar no efeito borboleta... E se tivessem se encontrado? E se tivessem casado? E se os filhos fossem filhos dos dois? Se o passado é imutável, é possível mudar o futuro? Surge, então, aquela pergunta que pode mudar a sua vida: e se?

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